Crianças Enlutadas: Ir ou não ao Funeral?
21 de May de 2024O Fim do papel de Pai e Mãe
21 de May de 2024Com a dificuldade que temos de falarmos sobre a morte, como comentado na postagem da semana passada, acabamos por enfrentar todo o turbilhão de sentimentos negativos e corrente de pensamentos disfuncionais, sozinhos. Sem preparo e com grande dificuldade de superação é a triste realidade da maioria das pessoas que se deparam com a “inesperada” morte.
Essa nossa facilidade de desfocar das coisas factuais da vida, das certezas angustiantes da vida, nos deixa sem a capacidade de entender porque o ser amado foi embora. Com essa falta de entendimento, podemos negar que ele se foi e acabarmos nos culpando por não termos feito isso ou aquilo diferente ou por tentarmos seguir com nossa vida.
Mesmo que tenhamos essas dificuldades, o luto é algo que pode fazer parte de nossa superação e nos ajudar a crescer como pessoa. Apesar de não parecer, o luto é algo extremamente positivo. Ele funciona quase que um mecanismo de defesa natural que nos ajuda a colocar as coisas em perspectivas diferentes, lamentarmos a perda, nos reinventarmos e nos reerguer.
Através do luto, eu sou forçado a desacelerar meus pensamentos, diminuir minhas distrações com coisas irrelevantes e focar no que realmente importa, minhas relações, meu tempo presente e o que eu faço para ter um melhor futuro.
Começo a pensar com foco na minha dor e durante o processo saudável do luto, reconheço o que poderia fazer de diferente, o que poderia mudar em minha vida para ter uma vida com maior qualidade e tranquilidade.
O problema é quando esse luto não vai embora. Falarei disso na próxima semana.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.