Falecimento de um bebê e a difícil necessidade de viver o luto

Quaisquer que sejam as circunstâncias da morte de um bebê é necessário compartilhar a dor. Se você estava grávida por um breve período ou muitos meses, se o bebê foi um natimorto ou viveu por um longo tempo, entenda que você tem todo o direito de lamentar. Tente não adotar premissas sobre quanto tempo a sua dor deve durar. Considere viver um dia de cada vez, o luto é individual e único, assim como você e sua dor.

A perda de um filho afeta coração, mente e espírito. Você pode experimentar uma variedade de emoções como confusão, medo, culpa, alívio ou raiva. Algumas vezes podem ser sentidas “uma a uma” ou ocorrer de forma simultânea. Por mais estranhos que esses sentimentos possam parecer são normais e saudáveis. Trata-se de uma resp0osta do seu organismo. Permita-se!

Sentir-se atordoado ou entorpecido é muitas vezes parte inicial do seu processo de luto. Você pode pensar que o seu mundo parou, seus planos e sonhos para o futuro foram por água abaixo. Se sentir entorpecido ajudam a criar um isolamento da realidade da morte até que você seja mais capaz de tolerar aquilo que não quer acreditar.

Se possível, tente tomar as decisões com seu cônjuge, familiares mais próximos ou amigos queridos. A diferença de opiniões é normal e está tudo bem, sua dor é única. Respeite o direito de cada um fazer o que parece certo individualmente. Porém, apenas você e seu cônjuge podem decidir quais são as necessidades relacionadas a ao funeral ou demais despedidas para o seu bebê.

O ritual do funeral faz mais do que reconhecer o que aconteceu. Ajuda a família a obter o apoio de pessoas atenciosas. É uma forma de dar testemunho da vida e morte do seu filho. Além disso, é uma maneira de expressar a dor e não precisa acontecer imediatamente. A mãe e o pai devem participar desse momento, espere até que tenham forças. Mas, se em algum momento quiserem não ser testemunhas deste momento, também é direito deles.

Expresse dor. Ignorara-la não faz com que ela desapareça, mas falar a respeito pode fazer com que se sinta melhor. Encontre amigos ou parentes que irão ouvi-lo sem julgar. Você não precisa aceitar comentários como “você pode ter outro bebê” ou “você nem chegou a conhecê-lo”, lembre-se de você tem todo o direito de expressar a sua dor. Seja compassivo e tolerante consigo mesmo. Caso sinta necessidade busque ajuda profissional.