Desaparecidos: o luto prolongado

O que é pior? Saber definitivamente que seu ente querido faleceu ou não saber o que pode ter acontecido com o ente desaparecido?

Em um estudo feito com um grupo de mulheres que perderam seus maridos na guerra, foi comparado o diferente impacto do luto em mulheres que sabiam que o marido havia sido morto, com as mulheres que tiveram seus maridos listados como desaparecidos de guerra.

Como esperado, o grupo de mulheres com os maridos desaparecidos, sem uma confirmação do seu destino, tinham maiores níveis de luto traumático e depressão severa.

A perda não confirmada de um membro da família, produz mais angústia, quando comparada com uma perda confirmada. Isso se vale tanto para desaparecidos em guerras, em acidentes que envolvem muitas pessoas ou desaparecidos “comuns” do dia dia.

Como dito na postagem sobre a perda ambígua, a esperança pode prolongar o luto, dificultar o seu desaparecimento e causar ainda mais sofrimento. Por isso, não é a toa que a depressão severa está mais presente neste grupo de pessoas. Por conta disso, a atenção tem de ser redobrada, um apoio deve ser buscado, uma avaliação deve ser feita e os possíveis pensamentos suicidas, devem ser combatidos. Pensamentos estes que podem conter o conteúdo de não aguentar mais o sofrimento ou de querer se juntar com quem se foi.

Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.