Crianças precisam de simplicidade, honestidade e diálogo franco sobre a morte. Pode-se ensiná-las sem amedrontá-las, conduzindo uma explicação como se ensina sobre qualquer outro evento de suas vidas. Devem-se validar seus sentimentos e encorajá-las a compartilhar seus pensamentos, medos, e observações dos eventos que ocorrem em torno delas.
Daqui a dez ou doze anos uma criança não se lembrará dos detalhes do funeral, o qual, ela presenciou, e sim que foi uma experiência significativa e não amedrontadora, em que ela esteve envolvida ativamente ao adeus final ao ente amado falecido.
Um diretor funerário contou a estória de um menino, de cerca de seis anos, que se recusou a entrar no velório do avô. Ele parecia, excessivamente, contrariado, assustado e seus pais não entendiam o medo da criança. Depois de retirá-lo e conversarem, a razão se tornou clara. “Eu não quero ver o meu avô sem sua cabeça!”. Ele havia ouvido que “o corpo” do seu avô estava no velório. Ele entendeu a frase literalmente. O corpo estaria presente, ele deduziu que a cabeça não estaria.
Quando se explica como o corpo do falecido irá aparecer no caixão, deve-se ser bastante específico. Tente abranger os conceitos básicos. Pela pré-visualização da sala, o tipo de Caixão, objetos especiais presentes e as roupas que o falecido estará usando, pode-se preparar a criança com os detalhes que eles verão quando forem levadas a visitação.
Tem-se aprendido muito sobre como as crianças conceituam o mistério da morte. Descobrem-se alguns dos preconceitos e concepções erradas que as crianças de várias idades compartilham. Podem-se ler textos e gráficos com informações sobre como as crianças percebem e compreendem o conceito da morte, mas deve-se ter cuidado para não tirar conclusões parciais baseadas, somente, na idade delas.
Quando alguém diz, que uma criança de três anos de idade é muito nova para entender o que acontece ou o que envolve um processo funerário, conta-se a história da Carla. Num período de seis semanas, Carla experimentou a morte de sua avó e depois de seu avô. Quando ela bravamente anunciou que seus avós haviam morrido, ela rapidamente adicionou, “mas minha mamãe não morreu.” Qual era a preocupação da criança? O que estava na sua pequena mente? Será a minha mamãe a próxima?
Nossa primeira ação é querer tranquilizar as crianças dizendo que tudo ficará bem e que elas não devem se preocupar com a morte de parentes. Mas, esta criança de três anos aprendeu que, as pessoas especiais que amamos vão morrer. Nós vamos perder nossa credibilidade, se nós fizermos uma promessa como essa. Com crianças pequenas, acredita-se que o importante é lidar com o aqui e o agora, por exemplo: hoje sua mãe e seu pai são vivos, estão bem e aqui para amar e cuidar de você. Sempre existirá alguém para amar e cuidar de você.