As pessoas portadoras de doenças cardiovasculares são as que mais complicam na infecção pela COVID-19, respondendo por cerca de 40% das vítimas fatais. As comorbidades cardiológicas são fatores de risco para as complicações da COVID-19, mas a infecção pode causar doença cardíaca em pessoas que não a possuem. Isso é algo novo que tem sido demonstrado desde então.
Complicações cardiovasculares agudas e crônicas consequentes a pneumonia pela COVID-19 podem acontecer por vários mecanismos, incluindo isquemia, inflamação sistêmica, disfunção endotelial.
Diante da infecção, nosso corpo se defende criando uma cascata inflamatória que acaba desestabilizando a homeostasia do sistema cardiovascular e levando a um maior trabalho do coração. Isso somado as alterações endoteliais e trombogênicas próprias do vírus, podem acarretar infarto, arritmia, miocardites e até insuficiência cardíaca.
A pré-existência de fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, dislipidemia e doença coronariana, são indicadores de mau prognóstico, ou seja, evolução ruim da doença. Mas independente disso, vem crescendo o número de casos diagnosticados com miocardite, que é uma inflamação direta do vírus ao tecido do coração causando elevação das enzimas cardíacas e disfunção do miocárdio, em pessoas previamente hígidas.
Infelizmente ainda não há tratamento e a medicina baseada em evidências, necessária para comprovação de eficácia e benefício de determinado tratamento, é demorada e não teremos uma resposta para essa pandemia.
A orientação continua sendo evitar a contaminação. Portanto, manobras como lavar as mãos, usar álcool em gel ao sair de casa, uso de máscaras e o isolamento social, tem sido, no momento as medidas indicadas para prevenção.
Vale ressaltar que o número de pacientes cardiopatas que evoluíram a óbito em suas residências por não buscar atendimento por medo do COVID-19, aumentou, e orientações precisam ser dadas para que ao menor sinal de problema cardíaco o medico assistente seja acionado e o paciente levado para uma emergência hospitalar, a fim de evitar complicações graves e fatais.