Continuando essa série de postagens sobre os componentes do luto, vou falar agora sobre o segundo componente que é a angústia traumática.
Enquanto no componente anterior (Angústia da Separação) temos uma avalanche de emoções diferentes e intensas, uma verdadeira salada de emoções, na Angústia Traumática, há uma maior relação com a fase de Negação do Luto., pelo menos inicialmente.
Neste componente, o que acontece é a presença de estados de descrença e choque, com pensamentos intrusivos em seguida, e com o indivíduo se esforçando para evitar esses pensamentos e o pico emocional que eles produzem. No estado de choque, pode ter a sensação de estar dormente emocionalmente.
Como muitos traumas, o indivíduo enlutado pode ficar totalmente apático inicialmente, em um verdadeiro estado de choque, como comentado anteriormente e depois de um tempo, quando seus pensamentos intrusivos começam aparecer, há um pico emocional significativo que pode ficar retornando de tempos em tempos.
Se pudermos relacionar com algum outro transtorno, o Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT) seria uma boa relação. Frente a um grande trauma ou uma repetição de eventos negativamente intensos, o sujeito pode desenvolver o TEPT. Sua vida passa então a ser tomada por pensamentos intrusivos constantes e intensos que remetem à situação traumática e causa grande sofrimento.
Na Angústia Traumática, depois do choque e apatia, o sujeito fica então em um estado de alerta emocional, tendo pensamentos intrusivos com frequência e fazendo de tudo para evitar o sofrimento emocional que os acompanha. Diferente do TEPT, a Angústia Traumática se resolve naturalmente conforme o processo do luto avança.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.