Quando pensamos sobre a morte, apesar dela ser inevitável e nossa única certeza na vida, o comum é pensarmos que o normal da vida é os pais irem embora primeiro e o contrário nunca deveria acontecer. Nada pode ser mais devastador que a perda de um filho e poucos discordam dessa afirmação.
Além dos estágios comuns que o luto pode apresentar, a perda de um filho pode ser exacerbada pelo sentimento de injustiça e pela quebra das regras naturais da vida. Essa exacerbação, pode vir em sintomas como entorpecimento se alterando com dores excruciantes.
A morte de alguém próximo, sempre nos traz uma mudança forçada de papéis. Deixamos de ser amigos, filhos, maridos e parceiros. Um dos problemas é que o Trabalho de um pai é eterno. Quando perdemos um pai, sofremos, mas se nos tornamos adultos saudáveis, conseguimos seguir com nossos afazeres, atividades, compromissos e funções.
Quando a perda de um filho acontece, parte do trabalho, da função da pessoa, se vai. Pais que se dedicam a vida toda para seus filhos, de qualquer maneira que seja, podem perder realmente o sentido de sua vida. O sentimento de ter falhado, pode pairar sobre eles e aumentar ainda mais seu sofrimento.
Não podemos esquecer que a vida continua. Se você perdeu seu filho, não se esqueça: Nossos parceiros também perderam um filho, nossos outros filhos perderam um irmão. Apesar do nosso sentimento de desamparo, confusão e culpa, pode haver outros que precisem de você.
Sobreviver a morte e a perda de um filho requer dedicação para vida. Como pai, você cria um filho como uma promessa para o futuro. Você faz um compromisso com seu filho e o futuro dele. Agora, faça um compromisso com quem vive. Por mais difícil e impossível que pareça, você vai sobreviver.
Mesmo que como uma pessoa diferente e com papéis diferentes.
Não se esconda de sua culpa. Admita seus sentimentos e pensamentos, e confronte eles com pensamentos realistas e justos.
Aceite a felicidade. Você não irá e nem ficará triste para sempre. Permita-se sentir felicidade, ter momentos de alegria com quem ainda está em sua vida e sua rotina.
Comece devagar, deixe na memória as experiências positivas que teve com seu filho perdido e não enfrente a dor sozinho. Conte com quem quer te ajudar. Peça ajuda e deixe claro o que precisa.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar a aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.