Nas duas últimas postagens falei com vocês sobre a depressão e como ela pode ser diferenciada de um estado de luto normal. Sempre bom relembrar que um estado de luto complicado pode sim desencadear um transtorno depressivo maior (como é clinicamente chamada a depressão), mas isso não quer dizer que um indivíduo enfrentando o processo natural do luto se encontrará depressivo.
Aqui, quero falar então sobre mais alguns sinais que diferenciam a depressão do luto.
Durante o luto, os indivíduos podem apresentar uma tristeza intensa; irritabilidade ou raiva; dificuldade para aceitar a realidade das coisas, que o ser falecido se realmente se foi, por exemplo; eles podem também apresentar um foco excessivo no episódio que acarretou o luto ou uma completa evitação do que lembra o episódio; podem ter pensamentos de “se juntar” ao falecido; e em alguns casos podem ter a sensação de que estão ouvindo ou vendo coisas.
Em casos de depressão, os indivíduos apresentam sentimentos de culpa não relacionados ao luto; possuem uma preocupação excessiva com sua “inutilidade”; podem demonstrar uma lentidão no discurso ou se apresentarem hesitantes e confusos; possuem uma dificuldade prolongada e acentuada de realizar as suas responsabilidades diárias; ideações suicidas podem aparecer também e, em alguns casos mais sérios, sintomas psicóticos como alucinações e delírios.
Novamente, como podemos notar, a principal diferença é que o TEMA do sofrimento do enlutado é em quem se foi ou na dor de pensar sobre isso, enquanto isso, na depressão, os pensamentos não seguem este tema apenas, é algo generalizado e há um grande foco na sua pessoa, demonstrando uma baixíssima autoestima.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.