Em nossa cultura, até certo ponto, é completamente normal ficarmos presos em um estado de luto por um longo período de tempo, depois que perdemos algum ser querido. Por algum tempo, alguns estudiosos acreditavam também que mesmo que conseguíssemos atingir o estágio de aceitação do processo do luto, na realidade, iremos sofrer com a perda para sempre.
Hoje, conseguimos identificar que a maioria dos lutos acaba em até 6 meses. Em um estudo de 2005, 45% de um grupo de idosos avaliados, que haviam perdido seu companheiro(a), não apresentaram sinais de choque, desespero, ansiedade ou pensamentos intrusivos depois de 6 meses da perda.
Sinais de depressão também não foram detectados. Claro que pensar sobre quem se foi ainda estava presente e que ainda havia saudade, mas o funcionamento normal dos enlutados, retornou.
Apenas 15% dos participantes do estudo ainda apresentavam dificuldades com seu luto depois de 18 meses enlutados. Nestes casos, podemos considerar que há a presença do transtorno do luto prolongado.
O que pode determinar essa diferença em resiliência, em conseguir ou não superar o luto de uma maneira considerada saudável, é a maneira como o indivíduo leva a sua vida, suas crenças sobre o funcionamento da vida, sobre a sua relação com quem se foi e sobre sua real capacidade de enfrentar a dor e seguir a vida, sozinho.
Então, respondendo à pergunta do título desta postagem, não, o luto não é para sempre. O que sabemos é que, embora a perda seja para sempre, o sofrimento agudo do luto não é, pelo menos, não deveria ser.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento por mais de 6 meses, não hesite em buscar um apoio psicológico. Você pode estar vivenciando um luto prolongado e uma avaliação de suas crenças, como citado anteriormente, pode te ajudar. A psicoterapia pode te ajudar também a aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.