Esta foi uma das mais devastadoras doenças que mundo já viu, porque dizimou certa de 1/3 da população do continente Europeu. Alguns estudos apontam que o número pode ter sido bem maior, cerca de 50% por cento da população poderia ter morrido. Também conhecida como Peste Bubônica, é causada pela bactéria Yersinia pestis, e transmitida pelas pulgas que ficam em ratos contaminados. Mas como chegou a Europa?
Há relatos que regiões como a Mongólia, parte da China, Síria, Mesopotâmia e Egito teriam sido atingidas no começo do século XIV, causando a morte de cerca de 24 milhões de pessoas nesses locais. Já com os europeus o contato se deu por meio de um conflito que aconteceu em Caffa, colônia genovesa localizada na Crimeia (região atualmente disputada por Ucrânia e Rússia).
E como se deu na Idade Média tudo era muito sujo, sem saneamento e controle de roedores, e ainda, a medicina bastante precária. A doença se espalhou de tal forma que resultou numa grande catástrofe. A transmissão era simples. As pulgas picavam as pessoas que se infectavam e passavam às outras por secreções de vias respiratórias. O contágio era rápido demais, bem como as mortes dos pacientes, de 2 e 7 dias após o aparecimento dos sintomas. Não havia estudo e remédio para salvar as pessoas.
Após algum tempo observando o comportamento da Peste nas pessoas e as formas de contágio, os médicos perceberam que o contato com os doentes e com os corpos dos mortos não deveriam mais acontecer. Logo, propuseram isolamento para os atingidos e o contato era limitado às equipes de cuidadores. Contudo, os padres também mantinham alguma comunicação com os doentes, principalmente porque realizavam os ritos religiosos em razão do perdão dos pecados e o funeral. E muitos, com isso, vieram a óbito.
Como foi percebido pelos médicos, o contato mais próximo com os enfermos contribuía para disseminar a doença, então as famílias se isolaram, reuniões em funerais também acabaram deixando de acontecer. E sabem o que mais? Àqueles que tratavam dos doentes passaram a usar “EPI” (equipamento de proteção individual) da época feito de couro, para impedir que as secreções dos doentes penetrassem no tecido. E além disso, os médicos começaram a utilizar a “famosa máscara em forma de bico de pássaro”, que era preenchido com ervas aromáticas. Exatamente o que você pode estar pensando. Foi ela que deu origem a que muita gente está usando agora.
Os cadáveres eram enterrados em grandes valas comuns porque não haviam coveiros e para dar conta da quantidade, até porque os corpos eram vetores de contaminação. Muita deles também eram queimados com roupas e tudo. Isso amenizou a transmissão e, após séculos de pesquisas e novos surtos, chegaram ao tratamento.
Nos dias de hoje a doença ainda existe, porém, a taxa de mortalidade é baixa. O tratamento é realizado com antibióticos e o isolamento emergencial do doente, que dura cerca de 6 dias, é primordial para que não haja o contágio.
Se você achou que ao ler esse artigo identificou situações que podem ajudar, e muito, com o que estamos vivenciando na Pandemia da Covid-19, coloque em prática! Quarentena sim! Uso de máscaras, lavar as mãos com água e sabão, manter seu ambiente limpo e cuidar ainda mais, com a atenção redobrada, aos grupos de risco. E como essas doenças deixam muitos ensinamentos para a humanidade, a Peste Negra fez com que a população fosse mais asseada e o saneamento básico colocado em prática ao longo dos anos. Mas isso é uma outra história.