Sabemos que o Brasil é marcado por uma diversidade de culturas e religiões, por isso, os seus rituais de despedida não seriam diferentes. Além disso, há a cerimônia do velório, que é celebrada de acordo com a fé de cada pessoa, assim como o sepultamento. É uma forma de dar um adeus à pessoa querida e ajuda a superar o processo de luto.
Assim sendo, listamos abaixo como são as cerimônias fúnebres das religiões mais conhecidas pelos brasileiros.
A Igreja Católica crê na existência de um Deus criador do universo e em Jesus Cristo, que segundo as religiões cristãs, foi enviado como messias para salvar a humanidade. Há a cerimônia do velório onde um ministro realiza a encomenda do corpo para que seja recebido no céu, seguido pelo sepultamento. Sete dias depois é realizada a missa de sétimo dia. Para os católicos, a morte é o caminho para a eternidade onde há o céu, inferno e purgatório.
A religião evangélica surgiu do protestantismo em 1517 através de Martinho Lutero, que queria mudanças na Igreja Católica e atualmente há diferentes vertentes na igreja evangélica. Na cerimônia de despedida dos evangélicos, também há o velório seguido do sepultamento. Durante o funeral, um pastor, algum familiar ou amigo do falecido podem ler uma passagem da bíblia. Para a fé evangélica, há o juízo final onde Deus irá avaliar quem irá para o céu ou inferno.
O espiritismo, também conhecido como Kardecismo surgiu na França no século XIX através de Allan Kardec, que decodificou a doutrina espírita. Também há a prática do velório e sepultamento, mas diferentemente das religiões anteriores, os espíritas creem que a morte seja apenas uma passagem e utilizam o termo “desencarne”. Para a doutrina, o espírito que já desencarnou segue o seu processo evolutivo até atingir o estágio de perfeição.
A umbanda surgiu no Rio de Janeiro em 1908 e foi criada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes. A religião mistura elementos do catolicismo, espiritismo e candomblé. Em 2016 foi considerada como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro. A despedida dos seus entes queridos é dividido em duas partes: o corpo é purificado, rito que ocorre na presença de um sacerdote, antes do corpo ser vestido e levado para o velório. Antes do enterro, ocorre a cerimônia fúnebre para a encomenda do espírito do falecido com preces, cantos e hinos. No enterro, o sacerdote realiza um rito para proteger o espírito da pessoa que está partindo.
O Candomblé foi formado pelas tradições religiosas africanas e no Brasil, trazido pelos africanos que foram vendidos como escravos. Como não podiam praticar a sua crença, os escravos associavam os santos da Igreja Católica com os seus Orixás, que são considerados como divindades. Para os seus praticantes, a morte é vista como um ciclo e há um ritual conhecido como Axexê, realizado no terreiro com o objetivo de liberar o Orixá que protege a pessoa falecida. O corpo é preparado para o velório, onde também ocorrem os cânticos e homenagens. Após um ano, é realizada outra homenagem, que se repete sete anos depois. Quando um pai de santo falece, o terreiro fica um ano sem realizar atividades.
Devido a sua pluralidade de culturas, há outras religiões presentes no Brasil, em decorrência das imigrações como o judaísmo, hinduísmo, islamismo e budismo. É preciso respeitá-las acima de tudo, assim como os seus costumes fúnebres, pois cada pessoa tem a sua fé e forma de se despedir de seus entes queridos.
O funeral judaico está na nosso artigo do Quebrando o Tabu. Em breve traremos as despedidas de outras religiões pelo mundo, mas esta já é outra história.