Desaparecidos: a esperança como alimento do luto
16 de May de 2024Qual o seu relacionamento com a vida, após a perda?
16 de May de 2024Vivenciar o luto é uma coisa desconfortável que, se pudéssemos escolher, não o vivenciaríamos. Apesar de ser um processo doloroso, pesquisas nos mostram que há um caminho natural e instintivo que o luto pode tomar que leva à resultados mais saudáveis.
Esse luto, chamado de luto agudo, pode também ser chamado de luto normal. Enquanto isso, pessoas que não vivenciam esse luto agudo, podem sofrer por períodos maiores de tempo e estarem experienciando o luto prolongado, ou luto complexo.
Se pudermos ser mais específicos, o luto agudo pode ser definido como um estado forte e doloroso, porém transitório. Com o processo natural, o indivíduo com o luto agudo começa a apresentar emoções mais positivas, se lembrar com uma alegria calorosa do que passou ou de quem se foi, ou um senso de alívio. Começam a surgir também a aceitação, o perdão, o entendimento, compaixão e ele consegue dar um significado para a perda e as circunstâncias.
Um dos resultados mais positivos esperados do processo de luto é o que chamamos de luto integrado. Neste estado, podemos ter como pano de fundo de nossa rotina, lembranças agridoces sobre o passado e quem se foi. Essas memórias podem aparecer por muitos anos no futuro, mas não nos dominam quando isso acontece.
Ao atingir este estado, conseguimos ter uma melhor visão da vida, viver com mais energia e reorganizar nossas prioridades.
Agora, no luto prolongado, que é quando o indivíduo se torna emocionalmente paralisado com o luto por um longo período de tempo, sofrendo intensamente e tendo prejuízos na maioria, se não em todas, áreas da sua vida. Ele vivencia um forte medo de emoções dolorosas e da possibilidade de “perder o controle”. Há também o medo de esquecer a pessoa ou que estará traindo-a, se ele seguir em frente. Pensamentos de que ele nunca mais será o mesmo, uma raiva ou culpa excessiva, descrença e desesperança persistente e uma quantidade significativa de ruminação de pensamentos disfuncionais, também podem estar presentes.
O luto prolongado pode muitas vezes ser confundido com Depressão e normalmente requer um acompanhamento psicológico. Muitas pessoas entram em ciclos problemáticos de uso de álcool, maconha ou outras substâncias como uma maneira de escapar um pouco da dor do sofrimento, que pode tornar a superação ainda mais complexa.
Por isso, se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.