Psicologia do Luto – A Terapia do Luto Complicado
17 de May de 2024As 5 Fases que o Luto pode trazer
17 de May de 2024Durante muitos anos, a psicoterapia busca facilitar a recuperação de uma perda. Até mesmo muito antes de termos denominações como “luto complicado”, “luto traumático”, “transtorno de luto prolongado” ou “luto patológico”. Essa forma de sofrimento, durante os anos, foi sendo identificada como uma forma de sofrimento distinta do luto normal ou da depressão.
Há inúmeras formas de terapia utilizadas para o tratamento da angústia causada pelo luto. Podemos citar aqui o uso de medicamentos, a terapia de suporte, a terapia centrada no cliente, a terapia dinâmica breve, a terapia cognitiva, a cognitivo-comportamental, logoterapia e muitas outras que não preciso ficar citando para não ficar um texto chato.
Todas essas formas de tratamento foram também estudadas e utilizadas nas mais variadas situações relacionadas com o luto. Foram testadas em crianças, adultos, pacientes internados, casais, pais, veteranos de guerra, sobreviventes de acidentes e desastres naturais, etc.
Mesmo sendo terapias muito eficazes para a superação do luto complicado, poucas são a que possuem como alvo os sintomas de luto complicado. Em em algumas pesquisas, as intervenções que foram mais eficazes do que não fazer nada foram todas baseadas, pelo menos em parte, em princípios cognitivo-comportamentais .
A Terapia do Luto Complicado (TLC), comentada no artigo passado, é baseada na teoria do apego, que sustenta que os humanos são biologicamente programados para buscar, formar e manter relacionamentos íntimos. As figuras de apego são pessoas com as quais se busca proximidade e se resiste à separação; elas fornecem um ‘porto seguro’ de apoio e garantia de paz quando o indivíduo está sob estresse. Além de uma ‘base segura’ de suporte para uma maior autonomia e competências que facilitam a exploração do mundo.
No luto agudo, que é o luto ‘normal’, após a perda de uma figura de apego, o sistema de apego é interrompido, muitas vezes levando a uma sensação de descrença, emoções dolorosas, pensamentos intrusivos do indivíduo falecido e inibição do sistema exploratório.
Com o fim do processo do luto, o indivíduo se move de um estado de luto agudo ao luto integrado no qual a finalidade da perda é reconhecida e onde a aceitação e a busca por significado, que já comentei em artigos passados, acontecem.
As emoções se tornam mais agridoces ou positivas, a representação mental é revisada para abranger a morte da figura de apego, e o sistema exploratório é reativado.
Os objetivos da vida também são revisados para que aconteça a integração da perda. O processo de superação é feito através de atividades focadas tanto na perda quanto na restauração da vida.
Continuarei falando nos próximos artigos sobre a Terapia do Luto Complicado para ajudar você saber que há ajuda e como essa ajuda funciona. 😉
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e a lutar para alterá-la.