A culpa, como ferramenta para o autoconhecimento.

Como falado em um vídeo que fiz na semana passada (veja aqui: 🚨 Estamos em crise. NÃO PIORE A SITUAÇÃO!), estamos vivendo uma crise sem precedentes.

Em terapia, sempre utilizamos o passado como referência de que as coisas irão melhorar e passar. Como não temos uma referência para o que estamos vivendo, a incerteza toma conta de muitos. Aumentando o sofrimento atual, a desesperança com o futuro e o pânico.

Mesmo não tendo referência para um evento parecido, todos eventos passados que pareciam apocalípticos, passaram. Como a ordem natural da vida, depois do Caos, vem a Ordem. Esta crise vai passar, e você pode ajudar ela passar mais rápido. Fique em Casa.

Com o comportamento mais aconselhável para a diminuição do tempo de crise, conseguimos proteger melhor a nossa saúde física, mental, nossa sociedade e nossos queridos que fazem parte do grupo de risco.
Infelizmente, se temos um conhecido com COVID-19, que faz parte do grupo de risco, por conta do que devemos fazer, podemos acabar sofrendo um luto mais intenso do que se estivéssemos em uma situação normal.

Como a aproximação é proibida, estamos vendo um sofrimento muito grande nos parentes de pessoas que faleceram por conta do vírus. Na itália, por exemplo, infectados precisam se despedir pelo telefone ou videochamadas. E como é devastador isso. Se despedir de alguém que ainda está vivo e que você não pode se aproximar, tocar, abraçar ou beijar.

Ao mesmo tempo, até mesmo um dos rituais de despedida mais utilizados para ajudar na reconhecimento da realidade e no processo do luto, o funeral, está sofrendo alterações. Seja para diminuir aglomerações, ou por outros parentes também estarem em quarentena, muitos não estão acontecendo ou sendo adiados.

Não poder se despedir em vida ou nos últimos momentos da vida e não poder se despedir no funeral, é terrível. Soluções como as videochamadas e funerais online podem ajudar.

Se você está passando por isso, prepare-se para o tchau a distância. Aproveite para lembrar dos bons momentos que teve com a pessoa ao invés do quanto você vai sentir sua falta. Vamos tentar fazer com que os últimos momentos de quem se vai seja com bons pensamentos. Use e abuse de palavras de afeto e, se você for uma pessoa religiosa, converse sobre como será a vida após a morte… se for algo positivo.

Falar tchau a distância é difícil e é intensificado pela crise atual. Respire fundo, lembre-se do que viveu com o falecido, do que aprendeu, das lições que vai levar para o resto da vida e, quando tudo isso passar, crie mais momentos com quem ainda vive.
Se estiver com dificuldade e com muito sofrimento, não hesite em buscar um apoio psicológico. Uma psicoterapia pode te ajudar aceitar a situação atual e viver melhor.