Muitas pessoas não conhecem as curiosas histórias sobre os objetos fúnebres os quais utilizamos nas despedidas dos nossos entes queridos. Hoje vamos abordar a origem da palavra caixão, que na realidade trata-se de urnas de sepultamento ou cremação, que também é conhecida aqui no Brasil como ataúde.
Mas, vamos a história. Trata-se mais uma vez de abordamos a palavra medo. Isso mesmo, os ritos funerários provem muitas vezes do receio ancestral que o espírito do falecido retornasse ao local onde viveu. Por esse motivo, os antigos, inclusive os homens primitivos, tinham cuidado em como se depositava o cadáver no túmulo ou mesmo com a cremação, para não perturbar o espírito que “partiu para nunca mais voltar”.
Para se ter uma ideia, há registros no Museu de Arqueologia de Copenhaga, na Dinamarca, de um caixão primitivo feito no tronco de uma árvore com um buraco suficiente para conter o corpo de um morto da idade do bronze. Isso mescla também a parte de ritos e respeito a natureza.
Na época dos Sumérios, cerca de 6.000 anos, os sepultamentos eram feitos em cestos de junco traçados. Já os Egípcios mumificavam e colocavam os seus mortos em esquifes de pedra polida no formato do corpo, coberta de hieróglifos. Os povos Mesopotâmios utilizavam urnas de barro bem grandes, porém abertos.
A criatividade era grande tanto em tamanho quanto em formatos. Na Antiga Grécia, Império Romano, os caixões eram diversos, porém o morto era colocado sentado em urnas, receptáculos hexagonais, triangulares e até mesmo retangulares. Eram feitos de barro ou argila queimada e enterrados ao pôr do sol. Há muito mais rituais e formas para esses objetos, porém sempre tiveram a conotação de caixa ou caixões, por serem grandes ou moldados o suficiente para guardarem os restos daquele que se foi.
Na Europa o caixão de madeira foi o mais empregado e prolongou-se até a Idade Média, sendo que os mais habituais na região eram os de pedra, chumbo ou ferro. Porém, com grandes pestes e a maioria das pessoas pobres que não poderiam pagar por tal artefato, a madeira foi introduzida para baratear estes objetos, e que o tornou muito popular. Caixão vem de Coffin, tradução em inglês. E ainda possui outras traduções em várias línguas, e árabe por exemplo é tabut + artigo a = caixa ou túmulo e etc. Sempre com a mesma referência.
O caixão de madeira, que tem o seu nome correto de urna, foi tão popularizado que passou a ser utilizado por quaisquer classes sociais no mundo todo. Nos dias de hoje também possuem diversos modelos, que variam de acordo com os costumes locais e vontade da família ou do falecido, que a tenha registrado ainda em vida.
Mas, voltando ao medo provocado pela morte e o porquê do confinamento, há vertentes nessas curiosidades que trazem à tona enterros que denotam cortes profundos nos pés e nas mãos do cadáveres que eram colocados nos caixões devidamente lacrados para que o falecido nunca tenha como ficar de pé novamente, ou mesmo tentar fugir daquela “prisão” em formato de madeira. Mas, isso é uma outra história.